segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O que fazer para Deus atender às nossas orações

Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- Rio de Janeiro
estudosbiblicosdesantificaao.blogspot.com




A estratégia final do adversário para enganar os crentes é fazer com que duvidem da fidelidade de Deus em responder a oração. E satanás quer que acreditemos que Deus fechou os ouvidos para nosso choro, e que nos deixa sozinhos para resolvermos as coisas por nós mesmos.

Com toda honestidade, muitos santos de Deus lutam com estes pensamentos - "Se os ouvidos de Deus estão abertos para minha oração, e oro com diligência, porque existe tão pouca evidência de que Ele está respondendo?".

Será que há certa oração que você tem feito já há muito tempo, e que ainda não obteve resposta? Até mesmo anos já se passaram e você ainda aguarda esperançoso, e, no entanto com dúvidas?

Tomemos o cuidado em não fazer como Jó, que acusou Deus de ser preguiçoso; e de não se preocupar com nossas necessidades e petições. Jó queixou-se, "Clamo a ti, e não me respondes; estou em pé, mas apenas olhas para mim" (Jó 30.20).

A visão dele quanto à fidelidade de Deus estava empanada por suas dificuldades do momento, e ele acabou acusando Deus de se esquecer dele. Deus o repreendeu severamente por isto.

É tempo de nós cristãos olharmos honestamente para as razões pelas quais nossas orações são abortadas. Podemos ser culpados de acusar Deus de negligência, quando o tempo todo é nossa própria conduta a responsável. Quero mencionar algumas razões porque nossas orações não são atendidas.

 Quando Não Estão de Acordo Com a Vontade de Deus.

Não temos liberdade de orar a esmo por tudo que nossas mentes egoístas possam conceber. Não temos permissão para entrar na Sua presença e dar vazão à nossas tolas idéias, e falatórios impetuosos. Se Deus assinasse todas as petições sem sabedoria que Lhe fazemos, Ele acabaria entregando Sua glória.

Existe uma lei da oração! É uma lei com o intuito de exterminar orações desprezíveis e egoístas - ao mesmo tempo, tornando possível aos que procuram com honestidade, o pedir com confiança. Em outras palavras - podemos orar por qualquer coisa que queiramos desde que seja da Sua vontade.

"Se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve" (1 Jo 5.14).

Os discípulos não estavam orando de acordo com a vontade de Deus quando oravam com espírito de vingança, e retaliação. Fizeram um pedido a Deus da seguinte maneira: "Queres que mandemos descer fogo do céu para consumi-los?" Jesus respondeu: "Vós não sabeis de que espíritos são" (Lc 9.54,55).

Jó, em sua tristeza, implorou a Deus que lhe tirasse a vida. E se Deus tivesse atendido tal oração? Esse modo de orar era contrário ao desejo de Deus. A palavra nos previne: "Que sua boca não seja apressada em falar perante o Senhor".

Daniel orou da forma correta. Primeiro, foi às escrituras para pesquisar a mente de Deus. Tendo recebido instruções claras, e certo da vontade dEle, ele corre para o Seu trono com poderosa confiança. "Voltei o rosto ao Senhor Deus, para buscá-lo com oração"(Dn 9:3).

Sabemos muito sobre o que nós queremos e muito pouco sobre o que Ele quer.

 Quando Tem Como Meta O Realizar Cobiça Secreta, Sonhos Ou Ilusões.

"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres" (Tg 4.3).
Deus não responderá nenhuma oração que aumente nossa honra, ou que favoreça nossas tentações. Em primeiro lugar, Deus não responde nenhuma oração de uma pessoa que abrigue cobiça no coração. Todas as respostas são em função do arrancar de nossos corações o mal, a lascívia, e os pecados que nos assediam.

"Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido" (Sl 66.18).

O teste para saber se nosso pedido é ou não baseado na cobiça é muito fácil. Como lidamos com demoras e recusas é a dica. Orações baseadas na cobiça exigem respostas rápidas. Se o coração lascivo não recebe rapidamente o objeto desejado, fica reclamando, chora, e desmaia - ou desabafa numa fase de murmuração e reclamação, finalmente acusando Deus de estar surdo.

"Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso?"(Is 58.3).

O coração de cobiça não pode ver a glória de Deus em Suas recusas e demoras. No entanto, não teve Deus maior gloria em não atender a oração de Cristo para salvar Sua vida, se possível, da morte? Trema ao pensar onde estaríamos hoje se Deus não tivesse recusado aquele pedido.

Deus, na Sua justiça, está obrigado a atrasar ou recusar nossas orações até que estejam purificadas de todo egoísmo e cobiça.

 Quando Não Mostramos Zelo em Ajudar Deus Na Resposta.

Vamos a Deus como se Ele fosse uma espécie de parente rico, que nos auxiliará e dará tudo que pedirmos, enquanto que não levantamos nem um dedo para ajudar. Levantamos nossas mãos a Deus em oração, depois as colocamos nos bolsos.

Esperamos que nossas orações façam com que Deus trabalhe para nós, enquanto ficamos sentados esperando, pensando: "Ele tem todo o poder; eu não tenho nenhum, então vou simplesmente ficar quietinho, e deixar que Ele faça o trabalho".

Parece uma boa teologia, mas não é. Deus não vai admitir a presença de nenhum pedinte preguiçoso à Sua porta. Deus não vai nem nos deixar ser caridosos para com aqueles que na terra se recusam a trabalhar.

"Ordenamos-vos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma" ( Ts 3:10).

Não há nada em desacordo com as escrituras sobre o ajuntar suor à nossas lágrimas. Tome como exemplo, a questão de orar por vitória sobre um desejo secreto que permanece no coração.

Será que você simplesmente pede a Deus para tirá-lo de forma milagrosa, depois fica sentado, esperando que o desejo morra por si? Nenhum pecado jamais foi destruído num coração, sem a cooperação da mão do próprio homem, como no caso de Josué.

Durante toda a noite, ele ficou prostrado lamentando a derrota de Israel. Deus o colocou de pé dizendo: "Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o rosto? Israel pecou. Dispõe-te, santifica o povo..."(Js 7: 10-13).

O pecado secreto faz com que não sejamos bem sucedidos com Deus em oração, porque na realidade, pecado não entregue significa ficar do lado do diabo. Um dos nomes de Deus é "Revelador de Segredos"(Daniel 2:47).

Ele precisa trazer à luz os segredos escondidos das trevas, não importa o quão santo seja aquele que procura escondê-lo. Quanto mais uma pessoa se esforça em esconder um pecado, quanto mais certo é que Deus o exponha. O caminho nunca está livre para o pecado secreto.

"Diante de ti puseste as nossas iniqüidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos" (Sl 90.8).

Deus protegerá Sua própria honra acima da reputação daqueles que pecam em segredo. Deus expôs o pecado de Davi para conservar Sua própria honra perante os ímpios. E Davi, que era tão zeloso de seu bom nome e reputação, até hoje permanece à nossa frente exposto e ainda confessando - toda a vez que lemos sobre ele nas escrituras.

Não - Deus não permitirá que bebamos de águas furtadas, e depois tentemos beber de Sua fonte sagrada. Não apenas nosso pecado secreto irá nos desmascarar, mas também nos impedirá de receber o melhor de Deus e trará uma torrente de desespero, dúvida, e medo.

Não culpe Deus por não ouvir suas orações se você não está ouvindo o chamado d‘Ele para ser obediente. Você vai acabar blasfemando contra Deus, e acusando-O de negligência, enquanto que o tempo todo o culpado será você.

 Por Um Ressentimento Secreto Alojado no Coração Contra Outra Pessoa.

Cristo não lidará com ninguém que tenha um espírito irado e que não perdoe. Somos ordenados a que: "Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual" (1 Pe 2:1,2).

Cristo nem mesmo se comunicará com uma pessoa briguenta, desagradável, e que não perdoe. A lei de Deus sobre oração é clara sobre este assunto, "levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade" (1 Tm 2.8).

Por não perdoarmos os pecados cometidos contra nós, tornamos impossível a Deus o nos perdoar e abençoar. Ele nos ensinou a orar: "Perdoa-nos, como perdoamos aos outros".

Existe um ressentimento contra alguém queimando em seu coração? Não veja isto como algo que você tenha o direito de acolher. Deus leva este tipo de coisa muito a sério.

Todas as brigas e disputas entre os irmãos e cristãos devem entristecer Seu coração muito mais do que todos os pecados dos ímpios. Não admira que nossas orações encontrem impedimento - tornamo-nos muito obcecados por nossos próprios sentimentos magoados, e tão preocupados com a forma com que fomos maltratados pelos outros.

Existe também uma maligna falta de confiança crescendo nos círculos religiosos. Invejas. Falta de caridade, amargura - e um espírito de vingança, tudo em nome de Deus. Não deveríamos nos espantar se Deus fechar as próprias portas do céu para nós, até que aprendamos a amar e perdoar.

Sim, até mesmo àqueles que mais nos feriram. Tire este Jonas de seu barco e a tormenta cessará.

 Por Não Esperarmos Muito Delas.

Aquele que espera pouco da oração, não terá muito poder ou autoridade na oração. Quando questionamos o poder dela, nós o perdemos. O diabo está querendo roubar nossa esperança fazendo parecer que a oração não é mais eficaz.

Como satanás é esperto - tentando nos enganar com mentiras e medos desnecessários. Quando trouxeram a Isaque a falsa notícia de que José havia sido morto, isso o deixou doente de desespero, mesmo sendo mentira. José estava vivo e prosperando, enquanto todo esse tempo o pai se angustiava em sofrimento - tendo acreditado na mentira. Da mesma forma Satanás está tentando hoje nos enganar com mentiras.

Medos inacreditáveis roubam do crente a alegria e confiança em Deus. Deus não ouve todas as orações - Ele ouve apenas orações que crêem. Oração é a única arma que temos contra a ardente escuridão do inimigo. Esta arma precisa ser usada com grande confiança, porque caso contrário não teremos outra defesa contra as mentiras de Satanás. Está em jogo a reputação de Deus.

Nossa falta de paciência é prova suficiente de que não esperamos muito da oração. Deixamos o lugar secreto da oração, prontos a prosseguir nosso caminho de qualquer jeito - e ficaríamos até chocados se Deus realmente respondesse.

Pensamos que Deus não nos ouviu porque não vemos nenhuma evidência de resposta. Mas disto você pode ter certeza - quanto mais uma oração é protelada, tanto mais perfeita será finalmente a resposta. E também, quanto maior o silêncio, mais barulhenta a resposta.

Abraão orou por um filho, e Deus respondeu. No entanto, quantos anos se passaram até que ele segurasse aquela criança nos braços? Toda oração de fé é ouvida no momento em que é feita, mas Deus escolhe responder de Seu próprio modo e em Seu próprio tempo. Enquanto isto, Ele espera que nos alegremos nas promessas nuas, e que nos banqueteemos na esperança enquanto esperamos pelo cumprimento.

E além disso, Ele envolve Suas recusas no doce pacote do amor, para impedir que caiamos no desespero.

 Quando Nós Mesmos Tentamos Dizer Como Deus Deveria Responder.

A única pessoa para a qual ditamos leis é aquela em quem não confiamos. Aqueles em quem confiamos, deixamos livres para fazerem o que consideram certo. No final é tudo uma questão de falta de confiança.

A alma crente, depois de ter despejado seu coração ao Senhor em oração, submete-se à fidelidade, à bondade e à sabedoria de Deus. O verdadeiro crente deixa o modelo da resposta entregue à misericórdia de Deus. Qualquer que seja a forma escolhida por Deus para responder, essa resposta será bem vinda pelo crente.

Davi orou diligentemente por sua casa, e depois entregou tudo à promessa de Deus - " Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno" ( 2 Sm 23:5 ).

Aqueles que prescrevem a Deus o como e quando responder, na realidade limitam o Santo de Israel. Se Deus não trouxer a resposta pela porta da frente, não estarão cientes de Sua chegada pela porta dos fundos. Confiam apenas em resultados finais e não em promessas.

Mas Deus não será constrangido pelo tempo, maneira, ou meios de responder. Ele irá por todo o sempre fazer abundantemente mais do que pedimos, ou pensamos pedir. Responderá com saúde, ou com graça que é melhor que saúde. Mandará amor, ou algo, além disto. Ele livrará, ou fará algo ainda maior.

Ele deseja que simplesmente deixemos nossos pedidos alojados em Seus poderosos braços, que lancemos todas nossas ansiedades sobre Ele, e que prossigamos em paz e serenidade na espera de Seu socorro. É trágico ter um Deus tão poderoso, e tão pouca fé n‘Ele.

Basta de "Será que Ele pode?". Fora com tanta blasfêmia. Como isto deve irritar os ouvidos do nosso onipotente Deus. "Será que Ele pode perdoar? Ele pode curar? Será que pode agir por mim?" Fora com esse tipo de incredulidade! Ao invés, chegue-se a Ele "como a um fiel Criador". Quando Ana orou com fé, ela "levantou-se de seus joelhos para comer, e seu semblante não estava mais triste".

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não seríamos tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi Força.... E Deus me deu Dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi Sabedoria... E Deus me deu Problemas para resolver.

Eu pedi Prosperidade... E Deus me deu Cérebro e Músculos para trabalhar.

Eu pedi Coragem... E Deus me deu Perigo para superar.

Eu pedi Amor... E Deus me deu pessoas com Problemas para ajudar.

Eu pedi Favores... E Deus me deu oportunidades.

Eu não recebi nada que pedi... Mas eu recebi tudo de que precisava.

Por que Deus, aparentemente, não responde a certas orações? Você já orou sincera e fervorosamente por alguma coisa que você nunca recebeu? Talvez você tenha orado firmemente por um filho sadio e seu bebê nasceu com defeitos sérios.

Ou você orou pela vida de um ente querido, mas, de fato, essa pessoa morreu. Talvez você tenha orado pela possibilidade de certo trabalho dar certo, e não deu, ou para que um amigo se afastasse do pecado e voltasse ao Senhor, mas o amigo recusou. Por que o Senhor não responde? Consideraremos três razões.

 Porque há problemas com a oração

Deus não responde a todas as orações. Ele não dá ouvidos às orações dos perversos. Observe certos textos que mostram claramente Deus recusando ouvir as orações daqueles que fazem o mal: "Então, chamarão ao Senhor, mas não os ouvirá; antes, esconderá deles a sua face, naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras" (Mq 3:4)."Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir.

Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Is 59.1-2). "Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males" (1 Pe 3.12). As Escrituras são unânimes em ensinar que a vida desobediente de uma pessoa impedirá Deus de responder as suas orações.

Não é somente à pessoa perversa que Deus não ouvirá. Ele não ouve as orações da pessoa que está espiritualmente em cima do muro:"Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos"(Tg 1.6-8).

Uma pessoa cujo compromisso espiritual é incerto não será ouvida. Deus também não dará ouvidos a orações egoístas: "pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres" (Tg 4.3).

Deus não responderá a orações que são feitas para se mostrar: "E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa" (Mt 6.5).

E o Senhor não responde a orações por perdão quando a pessoa está se recusando a perdoar outro: "se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15).

Quando minhas orações não são respondidas, seria uma boa idéia eu olhar no espelho e determinar se há algum problema comigo ou com o meu motivo ou com aquilo pelo que estou orando. Porque é possível que o Senhor não responda por falha minha.

 Porque Deus não age conforme nosso cronograma

Algumas vezes parece como se Deus não estivesse respondendo a nossas orações por ele não agir tão prontamente como tinha esperado. Ou talvez ele esteja agindo, mas não o percebemos. Os homens ficam impacientes. Se não vêem alguma resposta imediata, pensam que Deus está adormecido.

Habacuque, por exemplo, queixou-se a Deus porque não estava sendo ouvido; Deus lhe disse que ele já estava fazendo alguma coisa da qual ele nem sabia (HQ 1:2,5-6). O Senhor lhe disse: "Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar espera-o, porque, certamente, virá, não tardará"(HQ 2.3).

Os mártires sob o altar estavam clamando por vingança e lhes foi dito que esperassem um pouco (Ap 6.9-11). José teve de sofrer por ser raptado e vendido e então esperar durante 13 anos de escravidão e prisão antes que Deus o libertasse.

Mas ele mais tarde viu claramente que a mão de Deus estava em tudo o que tinha ocorrido (Gn 45.5-8). Abraão esperou até ter 100 anos de idade para receber o filho que o Senhor lhe havia prometido. Jó teve que esperar durante agoniados meses de dor e sofrimento sem saber se o Senhor o havia ouvido ou se cuidava dele.

Deus não age apressadamente; age no tempo que ele, em sua infinita sabedoria, determina que seja o melhor. Temos que esperar pacientemente.

As palavras no final de Habacuque são um grande lema para nós: "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação"(Hq 3.17-18).

Não importa o que acontece e não importa como as coisas parecem ficar ruins, precisamos esperar no Senhor e depositar toda a nossa esperança e confiança nele.

 Porque não é a vontade de Deus

Jesus orou insistentemente no jardim para que a taça passasse dele, mas acrescentou: "contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua" (Lc 22.42). Evidentemente, não era essa a vontade de Deus, porque Jesus bebeu a taça até a última gota.

Às vezes, nossa idéia do que seria o melhor para nós difere profundamente do que o Senhor pensa que precisamos. Paulo é uma excelente ilustração deste princípio: "E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.

Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.

De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo “ (2 Co 12.7-9).

Ainda que Paulo rogasse três vezes que o espinho fosse removido, o Senhor categoricamente disse que não. Uma vez que o Senhor sabe o que é melhor, é uma bênção que ele aja de acordo com sua vontade, e não com a nossa.

Os pais, às vezes, desapontam os filhos pequenos porque recusam fazer tudo o que eles querem. Por exemplo, eles recusam permitir que seus filhos brinquem com fósforos ou dirijam um carro.

Algumas vezes o jovem pode sentir-se privado e magoado porque seus pais não atendem ao seu desejo — ele até pode pensar que seus pais não o amam — mas na verdade eles mostram muito mais amor dizendo não do que permitindo que ele faça como lhe agrada... e ferir-se.

Davi jejuou e orou para preservar a vida de seu filho recém-nascido, mas reconheceu a vontade do Senhor quando Deus não atendeu ao seu rogo e a criança morreu (2 Sm 12).

Outra verdade importante é que Deus não violará o livre arbítrio do homem ao atender a uma oração. Em geral, podemos ter confiança em que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito" (1 Jo 5.14-15).

Mas o versículo seguinte adverte-nos de que Deus dará vida em resposta a nossas orações somente no caso do irmão que não peca para morte (isto é, que está [disposto a] permitir que Deus o leve a arrepender-se e receber perdão).

Mas oração pelo irmão que está determinado a permanecer em pecado e que recusa os oferecimentos de Deus de misericórdia não será respondida.

Quando oramos e a vontade de Deus é diferente da nossa é muito difícil ajustar-nos para aceitar a vontade do Senhor como a melhor. Moisés teve este problema: "Também eu, nesse tempo, implorei graça ao Senhor dizendo: Ó Senhor Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa mão; porque [que] deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos? Rogo-te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do Jordão, esta boa região montanhosa e o Líbano.

Porém o Senhor indignou-se muito contra mim, por vossa causa e não me ouviu; antes, me disse: Basta! Não me fales mais nisto “(Dt 3.23-26).

Homens como Moisés, Davi e Paulo foram destacados servos do Senhor. Mas nem mesmo eles queriam sempre o que coincidia com sua vontade. Nossa perspectiva é tão limitada e nossa sabedoria tão falha! Às vezes, precisamos dizer (com Abraão): "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25).

Deus fará o certo. Oramos sinceramente, mas então pedimos que a vontade do Senhor se sobrepusesse à nossa própria se houver qualquer contradição.

 A diferença entre os dois caminhos:

1- O caminho do homem: Quando o homem decide seguir o seu próprio caminho, ele segue só, arcando com as conseqüências da sua escolha.

2- O caminho de Deus: No caminho de Deus o homem pode contar com seu cuidado, sua ajuda e proteção, "coluna de nuvem de dia e coluna de fogo à noite" (Ex 13.21,22).

Exemplos:

1- Israel no deserto: Água, pão, carne;

2- José do Egito: Sai do cárcere para o trono;

3- Daniel na cova dos leões: Deus enviou o seu anjo;

4- Os jovens na fornalha de fogo: Entrou na fornalha com eles.

Vamos tomar como exemplo os ensinamentos do nosso mestre, o Senhor Jesus quando instruiu aos seus discípulos sobre como eles deveriam orar:

"De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos pediu; Senhor ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos" (Lc 11.1).

A oração é importante. Todos os que querem seguir o Senhor sabem que a oração é parte essencial da vida do discípulo. Entretanto, poucos oram e muitas vezes, quando oramos, parece que lutamos para nos expressarmos a Deus.

Embora possa parecer que a oração deveria vir a nossa boca como uma expressão confortável de nossa fé e confiança em Deus, ela freqüentemente parece difícil, talvez ineficaz.

Os primeiros seguidores de Jesus observaram seus hábitos de oração. Eles o viram freqüentemente procurando um lugar deserto para falar com seu Pai. Numa ocasião dessas, eles pediram sua ajuda. Também desejamos comunicar- nos com Deus como seu filho estava fazendo. "Senhor, ensina-nos a orar" (Lc 11.1).

Jesus fez como eles pediram. Ele os ensinou como orar, tanto por suas palavras como por seu exemplo. Ele orava freqüentemente, fervorosamente e com grande fé naquele que estava ouvindo aquelas orações. Através do exemplo de sua vida, ele está ainda nos ensinando a orar.

 Palavras de oração

A resposta imediata de Jesus ao pedido dos apóstolos é encontrada em Lc 11.2-4

Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todo o que nos deve. E não nos deixes cair em tentação.

Nem esta oração, nem a semelhante encontrada em Mt 6.9-13, são destinadas a repetição palavra por palavra. Jesus não estava ensinando palavras para serem memorizadas e recitadas; ele estava ensinando a orar.

Ele deu um exemplo que mostra que tipo de coisas devemos incluir em nossas orações. Devemos:

1. Reverenciar e glorificar a Deus: "Pai, santificado seja o teu nome". Grandes orações de grandes homens e mulheres são sempre proferidas com grande respeito a Deus.

Quando Moisés, Ana, Davi, Daniel, Neemias e outras importantes personagens da era do Velho Testamento oraram, começaram com declarações de genuína reverência a Deus, como criador e comandante do universo.

2. Buscar a vontade de Deus: "Venha o teu reino". A oração não é um instrumento para manipular Deus para que faça nossa vontade. Aqui, Jesus orou pelo reino de Deus, sabendo que esse reino só poderia vir com todo o seu poder através da avenida de sua própria morte.

Aqui, como na oração agonizante no Getsêmani, Jesus colocou a vontade do Pai acima de seus próprios interesses: "Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mt 26.39).

Quando vemos a oração como nada mais do que uma oportunidade de fazer pedidos a Deus, colocamos a vontade do servo indevidamente acima da vontade do Senhor. Deveremos sempre procurar fazer a vontade de Deus.

3. Reconhecer nossa dependência de Deus para as necessidades físicas: "O pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia". Esta não é uma exigência de abundância e riqueza. Jesus nem praticou, nem ensinou a noção materialista de que o discípulo pode "dizer e exigir" o que quer na oração.

Diferentemente das orações de certas pessoas hoje em dia, que se aproximam de Deus como pirralhos mal criados exigindo tudo o que querem, Jesus mostrou aqui uma dependência de Deus para as necessidades básicas da existência diária. Precisamos de Deus todos os dias.

4. Reconhecer nossa dependência de Deus para as bênçãos espirituais: "Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve. E não nos deixeis cair em tentação". Encontramos algumas lições valiosas no versículo 4.

Exemplos de oração
Pouco é registrado das palavras específicas com que Jesus orou. Podemos aprender muito simplesmente observando quando, onde e por que Jesus orou.

1. Quando Jesus orou? Ele orou em horas de grandes provações, tais como o exemplo já citado de suas orações no Getsêmani, poucas horas antes de sua morte. Ele orou momentos antes de grandes decisões.

Lc 6.12-16 conta o dia em que Jesus escolheu os doze homens aos quais seria dada a responsabilidade de levar o evangelho ao mundo. Note o que ele fez antes de selecioná-los; "Retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus" (Lc 6.12).

Ele orou antes de grandes obras. Quando Jesus se preparou para ressuscitar Lázaro dentre os mortos, ele primeiro se dirigiu ao seu Pai, em oração (Jo 11.41-43). Ele orou quando sua obra terminou (Jo 17:4).

2. Onde Jesus orou? Embora as orações de Jesus nunca fossem limitadas pelo tempo ou pelo espaço, é claro que ele freqüentemente procurou um lugar e uma hora livre e sem interrupções para falar com seu Pai em oração.

Ele freqüentemente subiu a montes, ou saiu para um jardim, e tipicamente escolheu a noite ou o amanhecer, quando haveria menos distração com o mundo apressado.

Tais hábitos eram tão típicos da vida de Cristo que Judas sabia exatamente onde encontrá-lo embora só estivesse estado em Jerusalém poucos dias (Jo 18.1-3).

3. Por que Jesus orou? As circunstâncias das orações de Jesus sugerem motivos imediatos para oração: tentações, provações, tristeza, momentos decisivos.

Mas estes são realmente apenas o reflexo de uma razão maior pela qual Jesus orou. Jesus valorizava sua comunhão com o Pai.

Como alguém que entendia melhor do que qualquer outro homem jamais entendeu o privilégio de andar com Deus, Jesus queria manter essa íntima relação com seu Pai.

Tendo a escolha entre multidões de homens e seu Pai, Jesus freqüentemente escolheu a companhia de Deus.

Quando tinha que escolher entre o sono e a oração, Jesus encontrava o profundo rejuvenescimento de que necessitava não no descanso físico, mas na conversa espiritual com seu Pai.. Estas orações de Jesus nos ensinam algumas lições muito valiosas sobre o privilégio de sermos chamados filhos de Deus.

 O que os discípulos aprenderam?

Os apóstolos pediram instruções sobre como orar. Jesus deu-lhes mais do que palavras, quando mostrou um exemplo consistente de fé em suas orações. Teriam eles aprendido? Dois breves episódios na parte inicial do livro de Atos mostram que eles aprenderam a importância da oração.

Depois que Pedro e João foram perseguidos e passaram algum tempo na prisão por causa de sua pregação, eles encontraram outros cristãos e oraram juntos com confiança, pedindo coragem para continuar sua obra (At 4.23-31).

Sua citação da poderosa mensagem do Salmo 2 mostra que eles entenderam que o poder da oração é encontrado no poder daquele que ouve essas orações: o Deus que se assenta nos céus.

Quando confrontados com as necessidades físicas das viúvas na igreja de Jerusalém, os apóstolos reconheceram a importância desse serviço e guiaram a igreja na seleção de homens adequados para cuidar do assunto.

Mas note, no texto, a razão pela qual os próprios apóstolos não desviaram sua atenção: "E, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra" (At 6.4).

O cuidado das viúvas não era para ser negligenciado, mas os apóstolos cuidadosamente reservaram tempo em suas vidas para a oração. Eles tinham aprendido bem a importante lição do exemplo de Jesus e de seus hábitos de oração.

Se nós nos deleitarmos no Senhor por certo que ele concederá o que deseja o nosso coração. Amém!

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