sexta-feira, 13 de abril de 2012

As três lições história de Caim e Abel Publicado em: 13/4/2012 Por: Jânio Santos de Oliveira Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ estudosbiblicosdesantificaao.blogspot.com
Quando a fé é superficial, você vê Deus como um ser supremo e pronto para perdoar. Acredita que Ele estará te esperando de braços abertos simplesmente porque confessou que Ele era o Messias; porém não encara em viver como Jesus e viver sua Palavra. Mas quando passamos a amá-lo e entramos num nível de intimidade, sofremos essa mudança por encontrar nele misericórdia, amor e justiça. Com isso, procuramos agradá-lo e torna-se importante temê-lo, sermos aprovados para obter o ide, ter o aval e as direções necessárias quando Ele está no controle das nossas vidas. O que Deus pensa se torna importante, assim como nos aproximarmos do seu altar e agradá-lo com nossa oferta. De Gênesis a Apocalipse encontramos inúmeras histórias de homens que agradaram e desagradaram a Deus. Temos de ser achados entre os que arrancam um sorriso de Deus. Hebreus 11 é um capitulo forte e traz uma galeria dos heróis da fé, homens aprovados por Deus. Gênesis 4:1-7 A história fala do nascimento de Caim e Abel, filhos de Eva e Adão, que representam homens que diante de Deus estão em iguais condições. Caim e Abel tiveram a mesma educação e acesso às mesmas informações sobre Deus, porém eram diferentes em características físicas, perfis e atividades. Abel foi aprovado por Deus por causa da sua oferta e Caim desaprovado, porque sua oferta não agradou ao Senhor. O relacionamento com Deus é particular. Todos nós temos um Deus e o modo como nos relacionamos com Ele é pessoal e intransferível. Só que quando cremos partimos do mesmo ponto. Há momentos em que nossos títulos não valerão no critério de julgamento de Deus, que será igual para todos. Por exemplo, não valerá ser filho de cristão. Parece que estamos bem com Deus quando estamos num lugar onde a atmosfera está favorável a isso. Na verdade, estamos acreditando que, por tabela, seremos abençoados; mas somente até a hora de trazermos a oferta ao altar. Neste momento, tudo virá à tona, pois a balança de Deus pesará as intenções e não os valores. Assim como Jesus viu a oferta da viúva, Ele olhará toda a nossa conduta fora daquilo que Ele aprova ao examinar o extrato da balança ultra-espiritual. Para que a oferta chegue até Deus, estas pessoas têm de ser aprovadas individualmente e é quando Deus permite que saibamos que não estamos tão bem quanto pensávamos. Deus é um Deus de amor e nos dá muitas chances, mas uma hora Ele começa a nos mostrar que haverá conseqüências dos nossos atos e faz com que a oferta não suba mais como algo agradável ao Pai. O homem tem dificuldade de admitir seus erros e somente o Espírito Santo para convencê-lo. Quando a coisa está feia, Deus usa quem quer para nos mostrar isso. Quando não acreditamos, Ele nos assusta! Estamos falando de um relacionamento de Deus com seus filhos. O que Ele espera de nós? Fidelidade, verdade, reconhecimento, confiança, compromisso, carinho e um “eu te amo”. E não só um “me dá”, sem diálogo. Espera que nos acheguemos com amor e gratidão e não com interesses próprios. Quem ama quer agradar. E o que nós podemos esperar de Deus? Salvação, perdão, justificação, santificação, promessas e dons. E nisso, temos de entender o que é a bilateralidade: alianças entre Deus e o homem que gerarão, ao fazermos a nossa parte, algo de Deus conforme suas promessas. Você agrada a Deus, que fará a parte dele. Agradar a Deus é adorá-lo e adoração é estilo de vida, gera o que esperamos do Pai. A salvação já nos foi conquistada por Jesus. As outras coisas são alcançadas sem esforço, por que este é o resultado da adoração. A oferta que trazemos ao altar mostra o que somos. Qual foi a motivação de Caim e de Abel? Dizem que a oferta de Caim não foi aceita porque foi da terra e não havia derramamento de sangue, mas isso não está escrito na Bíblia. Ele não trouxe por fé para agradar a Deus como Abel, e sim por um cumprimento de ritual, não tinha valor diante do Senhor. Deus aceitou a oferta de Abel, porque ele se consagrou; antes de dar algo material, deu sua vida em adoração e intensificou seu relacionamento com Deus. Temos de agradá-lo de coração e não superficialmente. Mas Deus sabe o que pensamos antes do pensamento chegar à nossa mente. Numa oferta religiosa não há verdade e não sobe ao trono de Deus. Há resultados pelo que oferecemos no altar. A oferta de Abel não foi melhor em essência que a oferta de Caim! A oferta não torna ninguém diferente, ou melhor, diante de Deus, pois tudo que há na terra pertence a Deus, tanto os frutos da terra quanto as crias das ovelhas. “Todos estes morreram na fé. Não alcançaram as promessas” ( Hb 11:13 ) Uma das características inegável da fé esta na esperança proposta e não nas conquistas e realizações pessoais que muitos pensam em conquistar. Observe os exemplos citados pelo escritor aos Hebreus: "Pela fé Abel ofereceu melhor sacrifício" Muitos pensam que o diferencial entre Caim e Abel estava na oferta que apresentaram a Deus. Pensam que a oferta de Abel foi melhor que a oferta de Caim. Sobre este aspecto escreveu Scofield: "Este tipo se destaca em contraste à oferta desprovida de sangue, de Caim, dos frutos da terra e declara, na infância da raça humana, a verdade principal de que ‘sem derramamento de sangue não há remissão‘" ( Hb 9:22 ; Hb 11:4 ). É correto que sem derramamento de sangue não há remissão de pecado, mas esta verdade não valida a primeira parte da frase de Scofield. A oferta de Abel não foi melhor em essência que a oferta de Caim! A oferta não torna ninguém diferente, ou melhor, diante de Deus, pois tudo que há na terra pertence a Deus, tanto os frutos da terra quanto as crias das ovelhas. "O diferencial está na confiança do ofertante, e não na oferta!" Abel alcançou testemunho de que agradara a Deus, ou que ofereceu melhor sacrifício pela fé, e não por meio do sacrifício. Deus não aceita as pessoas por causa de suas ofertas e sacrifícios, e sim, pela confiança que depositam em Deus. Caim foi até Deus confiando em sua oferta, e, por isso, ele não foi aceito e nem a sua oferta. Abel foi até Deus convicto que seria aceito e galardoado. Ele foi aceito e a sua oferta também. Abel confiou em Deus, que é galardoador, e Caim confiou na sua oferta, continuando reprovável diante de Deus. Abel recebeu a recompensa, pois Deus atentou para Ele e para a sua oferta. Observe que Deus atenta em primeiro lugar para o homem que n‘Ele confia, e depois para a oferta. O testemunho de Deus quanto a oferta de Abel decorre do fato de ele ter sido aceito por Deus pela fé. Observe que, pela fé Abel ofereceu melhor sacrifício que Caim, tanto que, até depois de morto a sua oferta lhe deu testemunho da justiça alcançada. Em nossos dias vemos muitos lideres religiosos concitando os seus liderados a fazerem votos e contribuições. Para isso, apresenta a oferta ou o sacrifício como elemento para fazer o homem alcançar a ‘bênção‘ de Deus. Esses lideres argumentam que, quando maior a oferta, maior é a fé do ofertante. Invertem os valores que a bíblia apresenta, onde o homem só é aceito por Deus por meio da fé, e, depois a oferta é recebida por Deus. Abel não foi até Deus por causa de uma ‘bênção‘, mas pela fé alcançou um bom testemunho "Foi por ela que os antigos alcançaram bom testemunho" ( Hb 11:2 ). Desta forma compreendemos o exposto pelo escritor aos Hebreus: "Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim..." ( Hb 4:4 ). Por ter se aproximado de Deus pela fé, de Deus Abel recebeu testemunho de que era justo. Observe que a oferta jamais poderia justificar Abel, pois o escritor aos Hebreus já havia demonstra que o sangue de animais jamais poderiam tirar pecados ( Hb 10:4 ). Abel agrada o coração de Deus e é aprovado. Caim ouve de Deus que sua oferta não seria aceita. Sobre sua vida vem ira por não receber nada, mesmo cumprindo o ritual, e vem o sentimento de rejeição e inveja. Deus sempre tem uma saída. Deus estabelece um diálogo com Caim, apesar do sangue derramado - o que tipifica Jesus derramando o sangue por nós - que se procedermos bem, seremos aceitos, basta mudarmos de atitude. Volte e se arrependa. Se proceder bem o Senhor te receberá e confirmará as obras das suas mãos; mas, se proceder mal, será rejeitado. Sua vida se resumirá em lutar contra o pecado. Sem contar que com Deus não acontecerá mais nada. Significa que não adianta tentar viver uma vida falsa e continuar interpretando o papel do bom cristão. Há três lições importantes que podemos tirar da história de Caim e Abel. 1. O requisito básico para que o culto de alguém seja aceito por Deus. Segundo o relato bíblico, Caim também seria aceito caso abandonasse seu pecado (Gn 4.7), o que mostra que a pureza do coração do adorador está acima da grandeza ou pompa dos seus rituais religiosos. Temos de lembrar disso quando vamos à igreja ou realizamos qualquer outro serviço a Deus. 2. As formas usadas pelos maus para destruir os servos do Senhor. Caim aproximou-se amigavelmente de Abel e lhe fez um convite agradável. "Vamos ao campo", disse ele (Gn 4.8) Uma vez no campo, Caim usou de violência e matou o próprio irmão. A aproximação amigável e a violência aberta, além de meios de ataque usados por Caim, estabeleceram precedentes que perduram ao longo dos séculos. Até hoje, cristãos fiéis têm suas vidas destruídas porque ingenuamente atendem aos convites amigáveis e aparentemente inofensivos de pessoas que vivem no pecado. Outros sofrem debaixo da segunda estratégia, a violência aberta, e são perseguidos e odiados pelos simples fato de agradar a Deus no seu dia-a-dia. Temos de ter cuidado. Quem vive no pecado, geralmente usa um desses meios para derrubar os que vivem para Deus. 3. A divisão da humanidade em pessoas que pertencem a duas pátrias distintas. Observe que Caim fundou a primeira cidade de que se tem notícia (Gn 4.17) . Com isso, tornou-se o símbolo daqueles que pertencem a este mundo e têm aqui seu coração e tesouros. Por outro lado, há um sentido em que também Abel fundou uma cidade. Isso porque ele foi o primeiro personagem bíblico que partiu para o reino celestial. Foi a primeira alma humana a ir para o céu, a morada dos salvos, precedendo todos aqueles que, pela fé em Jesus, têm a cidadania celestial. O Apóstolo Paulo, ao escrever aos cristãos, disse que eles tinham essa cidadania: "A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3.20) . E o autor da carta aos Hebreus diz que os grandes homens de fé "esperavam uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, e lhes preparou uma cidade" (Hb 11.16) Assim, Caim e Abel inauguraram cidades distintas: uma, a terrena, fundada sobre o orgulho e o medo, destinada à destruição; outra, a celeste, fundada na fé e no temor de Deus, uma cidade inabalável e permanente. A humanidade inteira está dividida entre uma e outra. Cada um de nós é cidadão de uma delas. Você sabe a qual pertence? Como se vê, a história desses dois irmãos nos fala ainda hoje. Por ela somos desafiados a adorar a Deus com pureza e fé; a termos cautela com os que vivem no pecado; e a buscarmos a cidadania celeste pela fé no Salvador, a fim de chegarmos naquela pátria há tanto tempo inaugurada e a encontrarmos com os portões abertos. Deus abençoe!

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